O marketing de influência no Brasil continua altamente concentrado em um grupo restrito de grandes influenciadores, que acumulam mais de 100 mil seguidores e dominam a maior parte das oportunidades de monetização.
Entretanto, os nano e micro creators, que representam 99% dos criadores de conteúdo no país, estão provando ser uma força subestimada.
Embora menos famosos, esses influenciadores menores apresentam taxas de engajamento muito superiores, o que tem despertado a atenção de marcas em busca de impacto real.
De acordo com o relatório "Estado do Marketing de Influenciadores no Brasil", publicado pela HypeAuditor, a taxa de engajamento dos nano creators é impressionante: 113% maior do que a dos grandes influenciadores.
Enquanto perfis com mais de 1 milhão de seguidores apresentam uma taxa média de 1,5%, os nano creators alcançam 3,2%, demonstrando um envolvimento mais profundo e genuíno com suas audiências.
Em uma campanha recente conduzida pela BrandLovrs para uma grande varejista, a comparação entre 50 nano e micro creators e duas celebridades com mais de 1,5 milhões de seguidores reforçou essa tendência.
Os pequenos influenciadores superaram as celebridades em praticamente todos os aspectos, com destaque para a taxa de conversão por seguidor, 98% maior, e um alcance de visualizações 88% superior.
Além disso, o volume de interações também foi significativamente mais alto, com mais de 3.000 comentários nas postagens dos nano creators, comparado a menos de 300 nas postagens das celebridades.
Embora os dados mostrem o potencial dos nano creators, muitas marcas ainda encontram barreiras para adotar essa estratégia de forma mais ampla. Um estudo da BrandLovrs revelou que 50% das empresas enfrentam dificuldades ao trabalhar com criadores de conteúdo.
O maior desafio, apontado por 75% dos anunciantes, é a escolha de influenciadores que realmente se alinhem com os valores e a estética da marca.
Além disso, 38% das empresas ainda se preocupam com a qualidade do conteúdo gerado, e 29% têm dificuldade em mensurar o retorno sobre o investimento (ROI).
Outras questões, como problemas de relacionamento com os influenciadores e questões contratuais, também aparecem entre os obstáculos, citadas por 15% e 13% das marcas, respectivamente.
A era dos grandes influenciadores como dominadores absolutos do marketing de influência pode estar com os dias contados.
Nano e micro creators oferecem às marcas uma oportunidade única de alcançar audiências altamente engajadas e criar conexões genuínas.
No entanto, cabe às empresas reconhecerem esse potencial e adotarem uma visão mais estratégica, focada em autenticidade e relevância, em vez de apenas na popularidade.
Fonte: Mundo do Marketing