Sexta, 21 de Março de 2025
Publicidade

Americanas tem prejuízo de R$ 4,6 bilhões após fraude

Gigante do varejo enfrentou queda de 45,1% na receita líquida nos primeiros meses de 2023, e agora busca reestruturar suas operações após escândalo fiscal.

28/02/2024 às 19h57 Atualizada em 28/02/2024 às 20h02
Por: Natalia Farisco
Compartilhe:
Americanas tem prejuízo de R$ 4,6 bilhões após fraude

A Americanas, uma das principais varejistas do país, divulgou um prejuízo significativo de R$ 4,6 bilhões nos primeiros nove meses de 2023, marcando um período tumultuado após a descoberta de fraudes bilionárias em suas demonstrações financeiras. 

O balanço corporativo, apresentado nesta segunda-feira (26), revelou uma queda acentuada de 45,1% na receita líquida em comparação ao mesmo período do ano anterior, impulsionada principalmente por uma redução expressiva de 77,1% nas vendas por canais digitais.

Os números, que estavam suspensos desde o início do ano passado, refletem os desafios enfrentados pela empresa em meio a uma crise que a levou a iniciar um processo de recuperação judicial, com uma dívida estimada em R$ 50 bilhões.

 

Leia também: Vendas no varejo fecham 2023 em alta, diz IBGE

 

Canais digitais foram os mais impactados

 

A fraude financeira, revelada anteriormente, impactou negativamente o desempenho da Americanas, resultando em uma queda de confiança dos consumidores nos canais digitais da empresa. A desconfiança se refletiu em uma redução significativa nas vendas online, onde a queda atingiu 77,1% entre janeiro e setembro de 2023, em comparação com o mesmo período de 2022.

O volume bruto de mercadorias (GMV) vendido nos canais digitais foi de R$ 4,8 bilhões, representando apenas 30% do GMV total da empresa, que atingiu R$ 16,1 bilhões. Essa cifra é substancialmente menor em comparação com o mesmo período de 2022, quando os canais digitais registraram um volume de R$ 20,9 bilhões, representando 64% de todas as vendas da Americanas.

A estratégia adotada pela empresa para lidar com a situação envolveu a redução das vendas da categoria 1P (quando a Americanas é responsável por todo o processo de venda e entrega) e a migração de algumas categorias para a categoria 3P (quando o varejista realiza os processos de venda e entrega). Essa mudança, segundo a companhia, visa priorizar operações mais rentáveis e reduzir a queima de caixa operacional.

 

Saiba mais sobre: Cacau Show compra Grupo Playcenter e anuncia planos para novo parque temático em São Paulo

 

Lojas físicas mais resistentes

 

As lojas físicas, por outro lado, apresentaram maior força, mantendo um volume de vendas mais estável, com uma queda de 4,4% de um ano para o outro. Nos primeiros nove meses de 2023, o volume de vendas físicas totalizou R$ 9,3 bilhões, representando quase 58% das vendas totais da Americanas. No mesmo período de 2022, as lojas físicas representavam apenas 29% das vendas.

A empresa destaca que as negociações com fornecedores e otimização do número de lojas físicas contribuíram para a melhoria do desempenho no varejo físico. Em meio a esse cenário desafiador, a Americanas busca adaptar-se, implementando estratégias que visam não apenas superar as dificuldades, mas também redefinir seu posicionamento no mercado varejista.

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários